quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sem Palavras.

                                         Sem Palavras.

                                          Escrevo, e não procuro reveses e discórdias, porque isto antes de tudo é pela Liberdade. Compreende-la é algo que vai além dos ideais ideológicos e fundamentados superficiais, de certos propalado princípios. Portanto é de considerar que esta Liberdade fez parte dos ideais de todas as facções, da pretérita História do nosso Estado do Rio Grande do Sul. Eis a questão que abordo. Por outro lado a mais recente Historia, não condiz com o passado, tanto é que os dias atuais nos colocam a beira de um colapso, ou de um caos econômico social e financeiro, e ao descaso da propalada Liberdade, sem palavras, de alarmar até os menos avisados, e esclarecidos.

                                       Aos Jesuítas as devidas considerações, que em 1626, proporcionaram e assim chegou por estas bandas do Rio Grande, algo que foi trazido por estes sacros senhores, e ainda é uma das maiores riquezas do Estado, a pecuária. Esta atividade foi uma das causas da Revolução Farroupilha, marca dos Povos do nosso Estado, marca dos desafios e dos ideais Republicanos, quem sabe do separatismo ou de uma mudança de regime pela igualdade e fraternidade, de um Povo que naquele momento estava à mercê dos desmandos da ordem mundial, isto em 1835.

                                       Refiro-me, a geração de notáveis na política do Rio Grande do Sul, esta e os nascidos a partir de 1850, que marcaram mais uma vez nos anais da História os ideais pela Liberdade. Estes com ideais Farroupilhas ainda vivos, e convivendo com muitos de seus idealizadores, foram atuantes na política e convictos dos princípios do passado. Porque esta foi diante dos ideais propostos, marca da coragem de um e de mais bravos incontestes heróis. Isto foi incentivo para as lutas e realizações desta nova e notável geração em sua formação. A glória, para se ter no peito esta marca, Farroupilha, de uma geração para outra como uma honraria desta procura permanente pela Liberdade, que não foi dispersa até hoje, diante dos ideais propostos, apesar dos pesares do presente.

                                      A imigração alemã, e após a italiana, estavam a par dos acontecimentos e se propunham em partes, a apoios e desacordos dado seus compromissos como imigrantes, vieram norteados pela liberdade e pela esperança. Estes por certo tiveram a par das ações e procedimentos, da maior geração de políticos da História deste Estado, sua participação em momentos cruciais, com uma facção ou outra, dado a turbulência própria dos homens e populações da Província.

                                      Com isto a considerar que não faltaram princípios e orientações tanto sacras, culturais como filosóficas e econômicas, assim como de profissões desde o artesão até a cátedra, apesar de um momento pueril, dos mencionados líderes, propostas suas funções públicas norteados pelos ventos da Liberdade. Assim ocorreu que estávamos a poucos anos da independência, sob um governo Imperial, ao qual a maioria não acreditava na brasilidade do Imperador D. Pedro II, este adquirira com sua alta cultura invejável, por freqüentar os redutos mais cultos e esclarecidos da Europa e do Mundo, não era entendido pelos comuns destes redutos a conquistar. Tinha D. Pedro II como estigma a figura do Estadista, transparecia uma superioridade maiúscula diante do tal estado primitivo, de muitos das lideranças nacionais, tanto públicas como privadas. Os portugueses e espanhóis diante da miscigenação, com índios e negros, estava àquelas gerações, e por certo insurgiu um brasileiro aquém dos possíveis ensinamentos, da época. Estes estavam para uma minoria, além de uma oligarquia e elite dominante, orientadas pelas vaidades e luxos, como deveras umas sociedades enfim que mais sustentava algumas parasitas do que se preocupava com a produção e com o desenvolvimento do País.

                                     De um quadro, militar para um quadro de ilustres políticos e representações firma-se o Rio Grande do Sul no cenário nacional, após a República. Compreende-se com estigma das claras opções constitucionais de 1891, a premissa da República Independente do Rio Grande do Sul. Os ideais farroupilhas reflorescem como base, e as diversidades com suas múltiplas facções conquistam ao longo da História o Poder Central da Nação, em um período que é e foi à base para o desenvolvimento e o reconhecimento de uma Nação Livre e Soberana, começa aí o Povo Gaúcho a desbravar as riquezas agropecuárias pelo Brasil. Mas infelizmente retrocede a liderança do Gaúcho, com uma rotina de traições permanentes pelo poder estabelecido principalmente, pós Constituição dita Cidadã de 1988. Esta pela Liberdade escravizou o Povo e a Nação com seus compromissos perpetuados pelas ambições de arautos dos Poderes Privados irrisoriamente estabelecidos e que os poderes constitucionais, se curvaram e se curvam diariamente até hoje, cujo arbítrio do grande capital internacional, que hoje determina os destinos da Nação. Vive-se diante de um despotismo. Esta não é a Nação proposta pelos constituintes, e esta Constituição. A Nação percebe estarrecida diariamente a perda de sua soberania, pela entrega gradual de suas riquezas naturais. O seu desenvolvimento tecnológico está limitado ao agrário e mineral, e sem ter o governo, a preocupação da escolaridade e formação de seu Povo, enquanto isto perde terreno nas conquistas de outras áreas fundamentais para sua segurança e desenvolvimento, justamente neste momento do desenvolvimento pleno tecnológico, procurado por todas as Nações que persistem em serem Livres.

                                    A mediocridade que afronta a opinião pública diante dos políticos atuantes no Rio Grande do Sul deixa o Estado de joelhos, hoje, diante de sua História. Este Estado que dominou o Poder Federal, com seus lideres reconhecidos pelo Mundo afora, está a marcar passo diante dos seus compromissos constitucionais e morais, pelo descalabro de uma política, partidária de um lado, e de outro com suas instituições privadas enfraquecidas, ludibriadas pelo próprio Estado, pelos seus pares e com passivos de toda a ordem. Diante dos princípios colocados ao debate que vão além dos méritos das conquistas, a que temos o dever de cultuar e honrar, pela firme e reconhecidas glórias das lutas do passado, ficar a mercê dos investimentos Federais, estamos praticamente voltando ao quadro histórico dos farroupilhas, eis a questão ao qual abordo.

                                  “ Se a Liberdade está aquém do Povo do Rio Grande do Sul, e que se comprova diariamente, esta perda, e percebe-se que terá uma perda maior na vastidão do território da Pátria Brasileira, este sob comando hoje de uma torpe de mandatários fogosos pelo designo dos interesses privados e dos interesses ocultos, que agem abertamente, contra a dignidade e ao respeito ao Povo Brasileiro.”

                           Pela Liberdade do Brasil; procuro palavras para isto; mas estou – sem palavras.

                                  Alegrete, 28 de fevereiro de 2012.

                                  Francisco Berta Canibal.

                                   

AS REALIDADES

As realidades.

                                             Da bolha especulativa que assola o Brasil, relato do artigo de Francisco Lopes, publicado no Valor em 15 de junho, prevê este, que a bolha irá estourar, em algum momento entre 2013 e 2015.  Esta afirmação condiz com a palestra do desembargador Pedro Rosa, na abertura do XXV Curso de Política e Estratégia da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra no Espírito Santo. - Se houver um controle de entrada de capital pode simplesmente antecipar o momento de ruptura da bolha cambial, escreve Lopes, enquanto o desembargador afirma a venda de 60% ao estrangeiro das empresas brasileiras, tendo esta(s) a de maior expressão econômica, no País.
                                          Enfrentar esta realidade, com os índices econômicos apresentados atualmente pelo Governo Federal, como saudáveis ao desenvolvimento, percebe-se que não haverá no futuro, suporte para a almejada e dita, reversão definitiva desta triste realidade social.
                                         Por outro lado a venda da Amazônia, proposição de Fernando Henrique, e confirmada por Lula, tende a agravar o debate sobre o Código Floresta. Resulta que a Amazônia vem sendo vendida Dilapidada. O próprio sueco-americano, referindo-se aos milhões que pagou pelo seu pedaço, vangloriou-se de que a Amazônia inteira pode ser comprada por 50 bilhões de dólares. Foi o que recomendou aos bancos internacionais. Acontece que até hoje este território não foi vendido, graças ao Exército, às Forças Armadas. Mas a visão colonizadora dos países ricos permanece a mesma, só que agora estimulada pelo próprio governo brasileiro.
                                        
                                        Em 1932, o gaúcho Joaquim Francisco de Assis Brasil, Ministro da Agricultura do governo provisório de Getúlio Vargas, fez o rascunho do Código Florestal, aprovado em 1934. Muitos hoje não vêem o que o ministro viu há muitos anos atrás.
                                       Com isto é notório que os parlamentares brasileiros, estão fora do contexto de alta cultura, e fazem-se alheios as realidades, do entendimento clássico das causas públicas brasileiras, se foram ao chão dos conhecimentos e querem um imediatismo retórico e, covarde, que é devastador, para o País. Ocupam o tempo com assuntos de cunho pessoal, e de programas tanto de orgias como de vícios, e manipulam por não terem razões aos interesses coletivos, o que é essencial à vida do Povo Brasileiro.
                                       O STF, para se isentar de suas obrigações, legisla pelas causas que interessam ao parlamento, em sua maioria, tudo isto como um guarda chuva de um imenso conciliábulo, tanto de obrigações e desafios nacionais como internacionais. Assim está a Nação a mercê da Itália, das Farcs, e das manifestações públicas, tudo isto a favor dos que não se obrigam pela ordem, fica o País, como uma Pátria esquecida. Assim prorroga-se, a prazos incompatíveis com a lei, o que é proclamado pelas forças vivas da Nação e algumas raras autoridades, isto é, o bem estar da família brasileira, e enfim do Povo Brasileiro.

                                      Por hora a Nação, nesta realidade, vive na angústia do dia a dia, suas forças vivas, curvam-se diante da força governamental, em prol das medidas impostas quanto à legislação, dito o legal, o factível imposto que avilta a vida do simples cidadão, e lhes furtam a esperança, assim sem a liberdade, posta diante desta triste e perplexa realidade.

             De meus arquivos em 12 de junho de 2011.


             Em 27 de fevereiro de 2012.
 
             Francisco Berta Canibal.